Adoção de novas tecnologias ainda é desafio para o gestor brasileiro

Recorte da pesquisa inédita Agenda 2017, realizada pela Deloitte com a participação de 746 organizações, mostra que os gestores brasileiros ainda têm um bom caminho a percorrer para inserir suas organizações no processo de adoção das novas tecnologias e tendências que marcam as mudanças disruptivas no campo dos negócios.

 

Num âmbito geral, após um período conturbado de dois anos, com crises nos campos econômico e político, gestores de empresas no Brasil começam a melhorar suas expectativas em relação aos negócios e apontam para um cenário mais positivo em 2017.

Foco na gestão

Estimulados a escolher cinco prioridades para 2017, entre 15 opções de práticas destinadas à boa administração corporativa, os entrevistados do estudo apontaram como foco três itens bastante lógicos em um contexto proveniente de dois anos seguidos de crise: gestão financeira (com 65% de citações); de processos (61%); e orçamentária (55%).

Desafios disruptivos

Entretanto, entre 12 frentes tecnológicas sugeridas, os participantes foram convidados a escolher três opções que serão prioritárias em suas empresas no próximo ano. A prática de Analytics surge no topo das indicações, com 36% de citações, seguida pela Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês, “Internet of Things”, com 29%). A segurança cibernética surge na terceira posição (22%); acompanhada por Indústria 4.0 (13%); saúde digital (12%); plataformas autônomas (12%); tecnologias exponenciais (7%); realidade virtual e aumentada (6%); impressão 3D (7%); smart cities (5%); bitcoins (2%); e blockchain (2%).

É interessante notar que 61% dos respondentes não têm ideia do que seja blockchain (sistema de registros que garante a segurança e integridade das operações financeiras realizadas sem a necessidade de uma autoridade central; seu uso mais conhecido são as moedas digitais); 40% dos participantes disseram desconhecer completamente o que é Indústria 4.0 (conceito que representa a tendência da nova manufatura integrada, com as tecnologias disruptivas unindo máquinas, sistemas e pessoas; é considerada uma “nova revolução industrial”); 36% nunca ouviram falar em tecnologias exponenciais (pelas quais, segundo a chamada “Lei de Moore”, estimam o avanço exponencialmente rápido dos processadores); e 33% dos respondentes apenas ouviram falar sobre o conceito de smart cities, ou cidades inteligentes, conectadas por redes que otimizam a gestão de seus recursos e serviços.

Nesse cenário, empresas que desenvolvem tecnologias e abordagens disruptivas têm grande potencial de negócios no Brasil, já que há muito espaço para penetração no mercado. Por outro lado, as empresas em geral precisam planejar seriamente como conhecer melhor, investir e incorporar essas novas tecnologias a seus processos, o que pode significar a sobrevivência, ou não, dos negócios.

Sobre a pesquisa Agenda 2017

A Deloitte contou com a participação de gestores de 746 empresas para a pesquisa Agenda 2017. Unidas, as receitas líquidas dessas empresas equivalem a pouco mais de um quarto do valor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no acumulado de 12 meses a partir de setembro de 2016 (R$ 6,1 trilhões), segundo o BCB (Banco Central do Brasil). Entre os respondentes, 18% são CEOs; 44%, diretores ou superintendentes; 5%, membros dos conselhos de administração; 30%, gerentes; e 3%, analistas.

Entre as organizações, 32% são controladas por grupos estrangeiros. Em relação à receita líquida prevista para o fechamento de 2016, 52% estimam que será de até R$ 250 milhões, 23% preveem entre R$ 250 milhões e R$ 1 bilhão e 25% estimam resultados acima de R$ 1 bilhão. A coleta de informações foi realizada entre setembro e outubro de 2016. 

Fonte: Senior

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