Raízen reduz custos em R$ 230 milhões ao otimizar operações com inteligência artificial

Empresa investiu em novos caminhões, que possuem no máximo até três anos, e novas tecnologias permitem a realização de rotas otimizadas.

O uso intensivo de novas tecnologias, como a inteligência artificial, tem servido para otimizar as produções da indústria, reduzir custos e diminuir os impactos ambientais. A Raízen, consórcio criado a partir da união de parte dos negócios da Shell e da Cosan, reduziu em R$ 230 milhões os custos desde 2021 otimizando operações no transporte de combustíveis com o uso de IA, segundo dados divulgados ao Estadão.

Por meio de um investimento de R$ 60 milhões em digitalização das suas operações na safra de 2021/2022, a companhia criou o programa de monitoramento e gestão Integra, estabelecendo a meta de superar R$ 250 milhões em redução de custos e economia até 2025.

“O impacto para a gente vai ser muito maior, porque o projeto vai ficar para o longo prazo. A eficiência vai continuar, daqui a dois anos também. O impacto financeiro continua depois de 2025″, afirma o vice-presidente de Supply Chain da companhia, Juliano Tamaso.

Empresa se comprometeu em superar a meta de superar R$ 250 milhões de redução de custos e economia em supply chain até 2025. Foto: F_Chaves/ Raízen

O investimento foi feito desde a compra de novos caminhões — que possuem no máximo até três anos, ante uma média de 20 anos nas frotas — a novas tecnologias, para permitir a realização de rotas totalmente otimizadas.

“Desde que começamos a digitalizar nossa operação, já reduzimos 350 caminhões da nossa operação. Rodando de forma eficiente, com um caminhão eficiente, conseguimos reduzir a frota. A eficiência te leva a emitir menos carbono”, diz Tamaso.

O porta-voz da Raízen aponta que somente a implementação do programa contribuiu com a redução de 50% das emissões de gases no transporte de combustíveis, que anteriormente totalizavam 53 milhões de toneladas de CO₂ por ano-safra.

O executivo explica que toda essa mudança foi implementada em setores estratégicos para a companhia, como infraestrutura, logística, operações e inteligência em Supply Chain. Por meio de um mapeamento da cadeia, a companhia conseguiu dar agilidade maior e cadência a todos os seus processos.

“Com a tecnologia, se tenho um problema em uma rota, eu consigo remanejar de forma muito rápida. Um acidente em determinada rodovia, conseguimos desviar a rota do veículo, otimizando essa entrega”, afirma Tamaso.

Uma das tecnologias desenvolvidas pelo programa, o Orquestrador, consegue encontrar a melhor rota para um motorista de caminhão descarregar sua carga, priorizando e fazendo o direcionamento correto com base na sua disponibilidade de trabalho e na criticidade do suprimento carregado.

Segundo Tamaso, anteriormente essa decisão era tomada pelo ser humano, que não necessariamente conseguia sistematizar todas as informações envolvidas na situação. Com a tecnologia, é possível basear a informação sobre a melhor rota, por exemplo, com base em dados fornecidos em tempo real.

Há também o uso do Sistema de Gerenciamento Inteligente de Frota, que otimiza as distâncias percorridas com um consumo menor de óleo diesel, diminuindo o impacto ambiental das operações da companhia.

Caminhões elétricos

Até o momento, a companhia vem testando o uso de caminhões elétricos em algumas partes de suas operações de baixa distância, como no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. “Um dos caminhões que abastece as aeronaves é 100% elétrico. Como é um ambiente de baixa distância, você consegue otimizar o seu uso”, explica Tamaso.

Vice-presidente de Supply Chain da companhia, Juliano Tamaso. Foto: Divulgação/ Raízen

O executivo explica que o grande desafio está nas rotas mais longas. Nesses casos, o peso da bateria se torna um fator a ser considerado, assim como de país para país. “Falamos com algumas montadoras sobre o assunto: 400 km é muito na Europa, enquanto no Brasil, não”.

Tamaso explica que um caminhão elétrico também está atuando nas entregas de combustíveis em São Paulo, mas também para longas distâncias. “Ainda é um percentual muito pequeno da nossa frota total. É mais fácil usar o elétrico para o mercado livre do que para transportar combustível, que é uma carga perigosa. O de Guarulhos e o de São Paulo são testes e aí conseguimos evoluir para ampliar”.

Para o executivo, a troca da frota, por exemplo, já é algo extremamente relevante, considerando que o impacto positivo acontecerá imediatamente, diminuindo as emissões desde já.

Fonte: Estadão

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