Sistemas evitam gasto com fraude

A extensão do risco no mundo cibernético levou empresas de diferentes áreas a reforçarem soluções de segurança com IA. Em outubro, a Mastercard lançou a Cyber Secure, que avalia e classifica riscos para seus usuários emissores (bancos) e comerciantes com IA avançada.

No ano passado, o emprego de sistemas habilitados com IA ajudou as partes interessadas a economizarem US$ 20 bilhões em fraudes. O novo pacote, baseado na RiskRecon, adquirida este ano, combina várias fontes de dados para avaliação de segurança e infraestrutura. Sem entrar nos sistemas privados das empresas, a novidade avalia códigos abertos e traz análise completa a respeito de vulnerabilidades, diz o diretor de cyber & intelligence solutions Felippe Galeb.

A classificação de risco é calibrada com mais de 40 critérios em 11 domínios, como correções (patches) de softwares, práticas de segurança de aplicativo, análise e eficácia de criptografia web, histórico de perda de dados e práticas de hospedagem de sistemas. A partir daí a empresa fornece a emissores e adquirentes relatórios com notificações preditivas de risco potencial de fraude (PAN), incluindo resultado de comprometimento de dados da conta, classificação de risco baseada em vulnerabilidades nos ambientes cibernéticos inclusive de comerciantes e planos acionáveis para mitigação.

Na Visa, a principal ferramenta com IA é a Advanced Authorization, que apresenta classificação (score) de risco de fraude a partir de informações traduzidas por IA para parceiros de negócio. A análise em camadas inclui informações de comportamento relacionadas a país, região, tipo de comércio, produto e contas específicas. “Quando surge uma transação fora da rotina o sistema usa rede neural e IA para aprender e traduzir em score de risco sem que o consumidor perceba”, descreve o VP de risco Edson Ortega.

A tecnologia ajudou a reduzir falsos positivos de mais de dez, há dez anos, para cerca de três para um. Também colaborou para melhorar a experiência do portador quando há interrupção de serviços dos emissores. Nestes casos, o serviço Smarter Stip permite à bandeira entrar no circuito e responder à transação no lugar do emissor. Antes, o serviço era baseado em parâmetros pré-definidos aplicados de maneira uniforme, mas a IA permite aprender a provável resposta do emissor a cada cartão, descreve a diretora executiva Elaine Marinelli,

A Embratel, no início do ano, acrescentou a seu portfólio serviços de inteligência artificial. A empresa se encarrega de analisar os dados, seu armazenamento e alimentação, desenvolver e treinar algoritmos e acompanhar o funcionamento dos sistemas, cujos usos vão de chatbots a aplicativos de rotas ou monitoramento de atividades online para segmentação de públicos. Mas, na segurança, a IA chegou primeiro.

O segundo centro de serviços de operações de segurança (SOC) da empresa em São Paulo, inaugurado em 2019, foi planejado com capacidade cognitiva, implantada no SOC do Rio de Janeiro este ano. Com isso, as diferentes técnicas de IA e aprendizado de máquina são aplicadas em serviços de proteção do ambiente do cliente, como detectar, analisar ou reportar para autoridades os casos necessários. “Podemos alertar o cliente e eventualmente tomar ação efetiva”, diz o gerente de consultoria e inovação de cybersecurity Yanis Stoyannis.

Segundo ele, o uso da inteligência cognitiva Watson, da IBM, amplia substancialmente a capacidade de identificar e relatar ameaças cibernéticas externas e internas em tempo real, além de possibilitar proatividade na resolução de eventos a partir de informações coletadas, armazenadas e processadas em nuvem.

A Dynatrace, fornecedora de tecnologia de retaguarda de ambientes digitais de e-commerce, responde pela implementação de sistemas de IA e automação para gerar entendimento em tempo real de decisões que podem estar apoiadas em ecossistemas de TI altamente fragmentados, como os bancários – onde uma transação como pagamento pode atravessar 37 sistemas ou componentes diferentes.

“A IA capacita as equipes a resolver problemas antes dos incidentes serem danosos aos negócios e aos consumidores”, diz o VP para América do Sul, Roberto Carvalho. Já a startup Cyberlabs, que recebeu R$ 28 milhões da Redpoint em agosto, atua em nichos como autenticação digital com o KeyApp, empregado inclusive para autorização de acesso por reconhecimento facial; reprodução de textos por voz em português (CyberVox) e Insight Now, para interpretação de imagens de vídeo monitoramento, que transformou câmeras de trânsito cariocas em sensores de aglomeração, exemplifica o CEO e co-fundador Marcelo Sales.

Fonte: Sinfrerj

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