Rotatividade de funcionários: quais as principais causas e impactos?

A rotatividade de funcionários é uma das maiores preocupações para o setor de Recursos Humanos e Departamento Pessoal. Segundo um levantamento realizado pela Robert Half, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil lidera o ranking de turnover no mundo todo.

O estudo aponta ainda que o país registrou um aumento de 56% da rotatividade de funcionários, ficando à frente de países europeus, como Bélgica (45%), França (51%) e Reino Unido (43%).

O alto índice de turnover – taxa que mede a rotatividade de profissionais – chama atenção e acende um alerta para o RH. Isso porque a perda recorrente de talentos tem um impacto negativo e pode afetar o sucesso da empresa.

Entenda, neste artigo, quais as principais causas que levam a este problema, como calcular a taxa de rotatividade de funcionários e como reduzi-la de modo eficaz!

O que é rotatividade de funcionários?

Em síntese, a rotatividade de funcionários é o termo utilizado para se referir ao fluxo de entrada e saída de profissionais de uma determinada empresa. Na prática, este índice considera tanto as demissões quanto os pedidos de desligamento voluntários.

Conhecido também como turnover, é monitorado pelo RH e DP, a fim de compreender como está o fluxo de ingresso e saída de colaboradores da empresa. Um índice alto de rotatividade é preocupante, pois impacta diretamente a produtividade e resultados do negócio.

Ao todo, existem 4 tipos de rotatividade de funcionários, que são os seguintes:

  1. Rotatividade voluntária: ocorre quando o colaborador pede para ser desligado da empresa. Geralmente, são pedidos motivados por condições de trabalho, alterações na carga horária ou por conta de uma nova proposta de emprego.
  2. Rotatividade involuntária: é quando a empresa decide desligar o trabalhador por diferentes razões, como baixo desempenho, dificuldade em se adequar a cultura organizacional, má conduta ou corte de custos.
  3. Rotatividade funcional: são os desligamentos voluntários e/ou involuntários que trazem vantagens para a empresa. Isso porque representam a saída de profissionais que não estavam tendo um bom rendimento. Ou seja, a organização aproveita essa saída para contratar pessoas mais qualificadas.
  4. Rotatividade disfuncional: refere-se à perda de profissionais experientes, que pedem para serem desligados. Esta saída gera impactos negativos, provocando um efeito disfuncional na companhia.

Quais as principais causas da rotatividade de funcionários?

Como vimos até aqui, a rotatividade de funcionários está ligada ao fluxo natural de entrada e saída de colaboradores da empresa. No entanto, quando os números de saída são maiores que os de entrada, é hora de ligar o alerta no RH.

Na prática, eles mostram que alguns aspectos estão afetando a satisfação e engajamentos dos colaboradores. Mas, não só isso, o elevado índice de turnover pode estar relacionado a outros fatores, como:

Falta de um Plano de Carreira

Todo profissional almeja crescer em sua carreira, por isso, está sempre de olho nas oportunidades que a empresa pode oferecer. Nesse sentido, quando a organização ignora a elaboração de um plano de carreira ou um planejamento corporativo focado nos profissionais, ela corre o risco de perder seus talentos.

Ou seja, a gestão de carreiras e a rotatividade de profissionais estão diretamente ligadas. Isso porque a ausência de um plano de carreira é preocupante para os profissionais que almejam voos maiores, pois provoca um sentimento de desvalorização. Com isso, a produtividade tende a cair, e até levar a um desligamento voluntário, já que o colaborador vê um futuro para sua jornada profissional na empresa.

Baixa valorização

Outro fator que impacta diretamente na taxa de rotatividade de funcionários é a falta de valorização.

Muitas vezes, o que provoca o descontentamento são as atitudes dos gestores ou colegas de trabalho, que diminuem ou desvalorizam o profissional. De modo geral, isso pode levar o colaborador a buscar outras oportunidades na concorrência.

Para entender como os profissionais se sentem no ambiente de trabalho, bem como mapear possíveis dificuldades que os leve a deixar a empresa, é essencial tornar a cultura do feedback uma prática.

Ela nada mais é do que a criação de um ambiente aberto ao diálogo, onde os gestores têm o hábito de conversar com o colaborador sobre seu trabalho. Essa prática traz excelentes vantagens para a empresa, melhora a comunicação e permite que o profissional expresse seus sentimentos em relação à cultura organizacional e gestão.

Clima organizacional inadequado

Um bom ambiente de trabalho é fundamental para os trabalhadores. Caso o clima organizacional seja pesado, marcado por desavenças, falta de harmonia ou simplesmente falta de entrosamento entre os colaboradores, a produtividade e os resultados são afetados.

Por isso, para reduzir a rotatividade de funcionários, é essencial criar um clima organizacional saudável e agradável para todos.

Carga de trabalho excessiva

A sobrecarga de trabalho pode ser prejudicial para a empresa e seus colaboradores. Tanto é verdade que o trabalho excessivo é um dos fatores que provoca o cansaço excessivo e pressão, afetando negativamente a produtividade.

Além disso, não estabelecer horários de descanso e respeitar as folgas pode ocasionar o aumento das doenças ocupacionais relacionadas à saúde emocional e Síndrome de Burnout, doença que acomete mais de 30% da força de trabalho do Brasil.

Para evitar a sobrecarga de trabalho é preciso se atentar aos fluxos operacionais, relacionando-os com os números de profissionais de cada setor. Na prática, isso ajuda a entender a necessidade da contratação de mais trabalhadores ou não.

Remuneração desproporcional

Os profissionais buscam ser valorizados e reconhecidos em seus trabalhos. Por isso, a falta de equiparação salarial entre demanda e ganhos, naturalmente, provoca um descontentamento. Em síntese, o sentimento de não ter sua dedicação reconhecida é frustrante.

Lembre-se: com a Lei de Igualdade Salarial em vigor, o RH deve manter o pagamento correto e equiparado entre profissionais que desempenham a mesma função. Caso contrário, a empresa pode enfrentar problemas legais e prejuízo à imagem da marca.

Além da remuneração desproporcional, outro fator que impacta a rotatividade de funcionários é a falta de benefícios corporativos. Segundo dados da Work Human, 63% dos colaboradores trocariam de trabalho em busca de melhores benefícios. Isso porque eles servem como uma motivação extra para os trabalhadores, que têm acesso a benefícios que auxiliam no seu dia a dia, seja na saúde, lazer, estudos. Eles são vistos como extras que contribuem para uma vida mais confortável com bem-estar.

Rotatividade de funcionários: como calcular e interpretar esta taxa?

Este é um cálculo simples, que pode ser feito com base nas entradas e saídas de colaboradores, considerando as médias anuais, semestrais ou trimestrais. Para isso, primeiro é preciso verificar o número de profissionais contratados mais o número de colaboradores que deixaram seus postos. Com base neste valor, você deve dividi-lo pelo montante de trabalhadores médios da empresa e multiplicá-los por dois.

Dessa forma, temos a seguinte equação:

Taxa de rotatividade (por período) % = (nº de funcionários que admitidos + nº de desligamentos) / nº total de colaboradores x 100

Por exemplo:

Taxa de rotatividade % = (20 + 12) / 150 = 0,21 x 100 = 21,33%

Ou seja, a taxa de rotatividade é de 21,33%.

Lembre-se: o cálculo não deve incluir as contratações temporárias, trabalhadores sazonais ou de licença.

Quais são as taxas saudáveis ​​de rotatividade de funcionários?

A rotatividade de funcionários é algo normal e todas as empresas passam por isso. No entanto, existe um índice médio para cada setor. Quando a organização ultrapassa esta taxa é importante prestar atenção. Em alguns casos específicos, como a hotelaria, o índice é tradicionalmente mais elevado, devido à procura sazonal e às vagas temporárias.

Um estudo apontou os segmentos com os maiores índices de rotatividade de profissionais:

  • Serviços: 13,4%
  • Tecnologia: 12,9%
  • Entretenimento: 11,8%
  • Hospitais: 11,8%
  • Varejo: 11,4%

Já os desligamentos voluntários são mais comuns nos setores abaixo:

  • Atendimento ao cliente: 17%
  • Fabricação e operações: 15%
  • Vendas: 14%

Como reduzir a rotatividade de funcionários de maneira eficaz?

A alta rotatividade de funcionários pode causar diversos problemas para as empresas. Dentre eles podemos destacar:

  • Queda na produtividade;
  • Perda de talentos para a concorrência;
  • Custo elevado em rescisões;
  • Gastos maiores com novas contratações, incluindo custos com treinamento e onboarding;
  • Sobrecarga de trabalho;
  • Falta de integração entre as equipes internas.

Estes são apenas alguns dos problemas que levam à rotatividade de funcionários. Por isso, é fundamental monitorar o índice de turnover, verificando a necessidade de construir melhores estratégias para reduzi-lo e aumentar o engajamento dos profissionais, o que garante uma boa employee experience.

Para ajudar, separamos algumas estratégias que abordam as principais causas da rotatividade de funcionários. Confira!

Mantenha os profissionais engajados

A satisfação e o engajamento dos funcionários influenciam diretamente no desejo de permanecer ou sair de um emprego. Por isso, aumentar o envolvimento dos colaboradores é fundamental para a empresa.

Isso pode ser feito por meio da oferta de benefícios e pacotes de remuneração atraentes. Geralmente, companhias que pagam um salário mais baixo para determinadas funções são as menos procuradas pelos profissionais disponíveis no mercado. Além disso, uma remuneração insuficiente também gera perda de talentos. 

Invista na criação de planos de carreiras

Valorizar o profissional é fundamental para diminuir a rotatividade de funcionários. Por meio da criação e desenvolvimento de um plano de carreira é possível incentivar o desejo de permanência, pois além de sentirem-se valorizados, eles terão a oportunidade de alavancar suas carreiras.

Invista em políticas de recompensa e reconhecimento

Como vimos anteriormente, a rotatividade de funcionários pode estar diretamente ligada ao sentimento de desvalorização. Com o auxílio de políticas de recompensa e reconhecimento, a empresa demonstra que está atenta e valoriza o desempenho e dedicação de cada colaborador.

Isso pode ser feito com a oferta de bonificações, folgas e benefícios flexíveis, como ingressos para shows ou cinema.

Pague remuneração competitiva

A falta de uma remuneração competitiva é, sem dúvida, o maior motivo pelo qual os profissionais deixam uma empresa.

Para avaliar sua estratégia de remuneração, realize uma análise de mercado salarial e veja como a concorrência se comporta. Isso ajuda a garantir um pagamento justo aos seus funcionários, com base na média do mercado e oferecendo os salários que merecem.

Além disso, considere outros benefícios ou incentivos que podem tornar o cargo mais atrativo. Com o auxílio da Plataforma | Senior HCM, fazer a gestão de desempenho fica muito mais fácil e prático. É possível estabelecer metas claras individuais e organizacionais, registrar feedbacks e conduzir avaliações de desempenho para apoiar a implementação de sistemas de recompensa e reconhecimento.

Ao adotar um sistema de gestão de desempenho eficaz, a empresa passa a impactar diretamente na motivação e engajamento dos funcionários, promovendo um ambiente de trabalho produtivo e saudável.

Para saber mais sobre essa solução, acesse o nosso site ou entre em contato conosco! Nós estamos a postos para ajudar!

Fonte: Senior Sistemas

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