Gestão de Risco: O que é e como implementar na sua empresa

A gestão de risco é fundamental para garantir o sucesso dos negócios em um ambiente cada vez mais dinâmico e incerto. Ela consiste em um conjunto de práticas que visam identificar, avaliar e tratar os riscos que podem afetar a empresa, seus produtos, serviços, clientes e resultados.

Neste artigo, vamos abordar o que de fato é a gestão de risco, seus tipos, elementos que a compõem, ferramentas para acompanhá-la e como implementá-la de forma eficaz em sua empresa.

O que é Gestão de Risco?

A gestão de risco é um processo contínuo que envolve a identificação, avaliação e tratamento dos riscos que podem afetar os objetivos da empresa. Ela busca minimizar os impactos negativos e maximizar as oportunidades – considerando tanto os riscos internos como externos.

O surgimento de tais ameaças vem de fontes plurais como decisões erradas, falhas de logística, acidentes naturais, imprecisão monetária ou processos legais.

Sendo assim, é necessário planejar, aliado com os recursos humanos, atividades que tracem uma estratégia – com o intuito de identificar possíveis riscos para que a liderança esteja preparada nos momentos de tomada de decisão e em situações que possam ser delicadas.

Para que isso aconteça, a liderança deve estimular na empresa a implementação de uma cultura dinâmica e atenta ao que se manifesta ao redor das pessoas. Desta forma, todos estarão munidos de soluções em momentos de pressão e de vulnerabilidade

Quais os tipos de riscos para uma empresa?

Para entender como gerenciar os riscos, é preciso conhecer suas variantes.

Os riscos podem ser classificados em três categorias principais: riscos financeiros, riscos operacionais e riscos estratégicos.

Riscos financeiros

Os riscos financeiros estão relacionados ao desempenho monetário da marca, como flutuações no custo da taxa de juros, flutuações cambiais e inadimplência do cliente. Esses riscos podem afetar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas, seus créditos, bem como seus resultados financeiros e sua gestão empresarial, podendo gerar uma crise como consequência.

Riscos operacionais

Os riscos operacionais estão relacionados às atividades diárias da empresa, como falhas em processos produtivos, problemas com fornecedores, erros de logística, falta de estoque, roubo, fraude, problemas judiciais e erros humanos. Esses riscos podem afetar a eficiência, o dinamismo e a produtividade da empresa, além de afetar a produção e qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.

Riscos estratégicos

Os riscos estratégicos estão relacionados à visão sistêmica e à estratégia de longo prazo da empresa – como mudanças no mercado, entrada de novos concorrentes, mudanças nas leis e regulamentações e outros fatores que possam afetar a posição da empresa no mercado e a velocidade do seu crescimento.

Identificar e entender tais ameaças aumenta o potencial de desenvolvimento de soluções que vão desde a análise preliminar quanto a fase de execução. A consequência de estar consciente desses perigos é ter uma empresa flexível, com políticas e programas de execuções dinâmicas e preventivas capazes de solucionar problemas.

Riscos e ISO

A gestão de risco é um processo preventivo essencial para empresas que buscam garantir a continuidade de suas operações e a satisfação do seu cliente. A ISO 9001 e a ISO 31000 são duas normas internacionais que fornecem diretrizes para a gestão de risco e qualidade, respectivamente.

ISO 9001

É uma norma que estabelece os requisitos para um sistema de gestão da qualidade. A norma tem como objetivo garantir que as empresas ofereçam produtos e serviços que atendam às necessidades e expectativas dos clientes, além de melhorar continuamente seus processos. A gestão de risco é um componente importante do sistema de gestão da qualidade, pois ajuda as empresas a identificar e gerenciar os riscos que afetam seus produtos e serviços.

ISO 31000

É, por sua vez, uma norma que fornece diretrizes para a gestão de risco em qualquer tipo de organização. A norma define o risco como a “incerteza que pode afetar o alcance dos objetivos” e enfatiza a importância de identificar e avaliar os riscos existentes antes de tomar decisões estratégicas.

Ao integrar a ISO 9001 e a ISO 31000, as empresas podem garantir que seus sistemas de gestão da qualidade considerem a gestão de risco de forma adequada. Isso envolve a identificação de riscos potenciais e a implementação de medidas preventivas para minimizá-los. A avaliação regular dos riscos também é essencial para garantir que os processos estejam sempre atualizados e adequados às mudanças no ambiente de negócios.

Além disso, a ISO 31000 também fornece orientações para a comunicação e o monitoramento de riscos. As empresas devem estabelecer canais claros de comunicação, aliados com o RH, para garantir que as informações sobre riscos sejam compartilhadas com todas as partes interessadas. O monitoramento  contínuo dos riscos também é importante para identificar novas ameaças e garantir que as medidas preventivas estejam funcionando corretamente.

Em resumo, a gestão de risco é essencial para a gestão da qualidade e para garantir a continuidade das operações de uma empresa. Ao integrar a ISO 9001 e a ISO 31000, as empresas garantem que seus sistemas de gestão da qualidade consideram a gestão de risco de forma adequada. Isso envolve a identificação de riscos potenciais, a implementação de medidas preventivas e a avaliação regular dos riscos. A comunicação e o monitoramento dos riscos também são essenciais para a responsabilidade da empresa diante de eventos problemáticos – e que a execução dos processos permaneça sempre atualizada e adequada às mudanças presentes no ambiente de negócios.

Quais os elementos que compõem o risco?

A gestão de risco é um programa que envolve a identificação, avaliação e controle dos riscos que podem afetar uma empresa, seus projetos, produtos ou serviços. Para implementar uma gestão de risco eficaz, é importante entender os elementos que compõem o risco. Desta forma, discutiremos os principais componentes que formam as ameaças na gestão de risco.

Ameaça ou evento

O primeiro elemento do risco é a ameaça ou evento que pode causar danos ou perdas à empresa. Isso pode incluir eventos naturais, como furacões e terremotos, ou eventos causados pelo homem, como incêndios, falhas de equipamentos, erros logísticos, erros humanos, entre outros.

Probabilidade

A probabilidade é a chance de que a ameaça ou evento ocorra. É importante avaliar a probabilidade de um evento ocorrer para entender o grau de risco envolvido. A probabilidade pode ser expressa em termos de porcentagem, probabilidade alta, média ou baixa.

Impacto

O impacto é o resultado negativo que pode ser causado pelo evento ou ameaça. Pode incluir perda financeira, danos à reputação, interrupção de negócios, danos ambientais, entre outros. Avaliar o nível do impacto ajuda a entender a gravidade do risco e após ser avaliado, servirá como um ponto para ser estudado.

Tempo

O tempo é um elemento importante do risco, pois a ameaça ou evento pode ter diferentes efeitos dependendo do momento em que ocorre. Por exemplo, um incêndio em uma fábrica pode ser mais prejudicial durante o horário de pico de produção do que durante o horário de inatividade.

Contexto

O contexto se refere ao ambiente em que a ameaça ou evento ocorre. Isso inclui fatores como localização geográfica, cultura organizacional, nível de maturidade da gestão de risco, entre outros. O contexto pode afetar a percepção e a gestão do risco.

Controle

O controle se refere ao desenvolvimento de medidas que podem ser tomadas para minimizar ou eliminar o risco. Isso pode incluir medidas preventivas, como treinamento de funcionários, manutenção de equipamentos ou medidas reativas, como um plano de contingência em caso de um evento de risco.

Ao entender e avaliar cada um desses pontos, as empresas podem implementar uma gestão de risco eficaz que ajude a proteger seus negócios, garantir a continuidade de suas operações e afastar a irresponsabilidade como adjetivo de sua governança. Uma vez que seu time está preparado, munido de informações e alinhado para contornar possíveis ameaças, e um problema que poderia ser incerto agora torna-se algo previsto.

Como implementar uma gestão de risco na sua empresa?

Para implementar uma gestão de risco eficaz é necessário: ter um planejamento claro, definir papéis e responsabilidades, realizar uma avaliação de riscos qualitativo e/ou quantitativo, definir as respostas aos riscos e implementar um sistema de monitoramento e controle.

Identifique os riscos

O primeiro passo para executar uma gestão de risco é identificar os riscos que podem afetar sua empresa. Isso pode ser feito por meio de uma análise de risco detalhada e que inclui a avaliação dos diferentes elementos do risco, como ameaças ou eventos, probabilidade, impacto, tempo, contexto e controle.

Avalie os riscos

Depois de identificar os riscos, é importante avaliar cada um deles para entender o grau de ameaça envolvido e priorizá-los de acordo com sua importância para a empresa. A avaliação de risco pode ser realizada por meio de uma matriz de risco, que ajuda a classificar os riscos com base na probabilidade e no impacto do possível evento.

Desenvolva um plano de gestão de risco

Com base na avaliação de risco, a empresa deve desenvolver um plano de gestão de risco que inclua medidas preventivas e reativas para minimizar ou eliminar o risco. O plano de gestão de risco deve ser atualizado regularmente para garantir que esteja alinhado com as mudanças nas condições incertas das ameaças.

Comunique o plano de gestão de risco

É importante comunicar o plano de gestão de risco a todas as partes interessadas na empresa, incluindo funcionários, fornecedores, clientes e investidores. A comunicação clara e transparente ajuda a garantir que todos entendam o plano de gestão de risco e saibam o que fazer em caso de um evento de risco. Essa atitude também aumenta o dinamismo, a flexibilidade e a autoestima do time nos momentos de execução dos processos para soluções em momentos adversos.

Implemente o plano de gestão de risco

Depois de desenvolver e comunicar o plano de gestão de risco, é importante implementá-lo em toda a empresa. Isso inclui a designação de responsabilidades claras para cada medida de controle, o estabelecimento de procedimentos de monitoramento e relatórios para garantir que o plano esteja funcionando efetivamente.

Monitore e revise continuamente o plano de gestão de risco

A gestão de risco é um processo contínuo e deve ser monitorada, avaliada e revisada regularmente para garantir que continue a ser eficaz. As empresas devem revisar seu plano de gestão de risco anualmente ou sempre que ocorrerem mudanças significativas em suas operações ou no ambiente de negócios. Por isso é importante estar munido e atualizado com notícias e análises das situações no mundo mercadológico.

Sendo assim, implementar uma gestão de risco eficaz envolve a identificação e avaliação de riscos, o desenvolvimento de um plano de gestão de risco, a comunicação clara do plano, a implementação eficaz do plano, o monitoramento contínuo e a revisão regular do plano. Ao seguir esses passos, as empresas podem minimizar os riscos e garantir a continuidade de suas operações de maneira mais segura e preparada para possíveis momentos de instabilidades interna ou externa ao funcionamento da marca.

Mensuração de incertezas

A mensuração de incertezas é um aspecto crítico da gestão de risco, pois ajuda as empresas a entender a probabilidade e o impacto potencial de eventos de risco. A mensuração de incertezas é essencial para avaliar o risco de forma eficaz, estabelecer estratégias de gerenciamento de risco e tomar decisões informado.

No entanto não é fácil fazer uma análise de algo que é incerto, sendo assim é necessário munir-se de ferramentas e conhecimentos para executar isso de forma correta. Neste tópico, exploraremos a importância da mensuração de incertezas na gestão de risco e como as empresas podem medir e avaliar a incerteza.

O que é incerteza na gestão de risco?

A incerteza é uma condição em que a informação sobre um evento de risco é limitada ou incompleta. Isso torna difícil prever a probabilidade e o impacto de um evento de risco e pode levar a decisões inadequadas de gerenciamento da situação. A mensuração de incertezas na gestão de risco ajuda as empresas a entender melhor as ameaças e assim tomar decisões informadas com base em dados e informações confiáveis de pesquisa qualitativa e quantitativa.

Como medir a incerteza na gestão de risco?

Existem várias técnicas e métodos que as empresas podem usar para medir a incerteza na gestão de risco. Alguns dos métodos comuns incluem: 

  • Análise de sensibilidade: a análise de sensibilidade é uma técnica que avalia como as mudanças em uma variável ou parâmetro afetam o resultado de um modelo de risco. Isso ajuda a identificar as principais fontes de incerteza e a entender como elas afetam o resultado.
  • Simulação Monte Carlo: a simulação Monte Carlo é um método que utiliza a aleatoriedade para simular diferentes cenários de risco. Isso ajuda a avaliar a probabilidade de diferentes resultados e a entender a incerteza envolvida em cada cenário.
  • Análise de cenários: a análise de cenários envolve a criação de diferentes cenários de risco com base em diferentes suposições e hipóteses. Isso ajuda a entender como diferentes fatores afetam o risco e a avaliar a incerteza em cada cenário hipotético.
  • Análise de tendências históricas: a análise de tendências históricas pode ser aliada ao conceito trabalhado neste artigo, anteriormente, na seção de elementos que compõem os riscos, mais especificamente no elemento impacto – pois este impacto deixa um registro histórico para ser avaliado futuramente pelas pessoas. Além disso, a avaliação de tendências históricas envolve a análise de dados passados para identificar padrões e tendências que possam afetar o risco. Isso ajuda a entender a probabilidade de eventos futuros com base em eventos passados e oferece ao time uma base consolidada de precedentes que os auxiliará ao enfrentar novos problemas.

Por que a mensuração de incertezas é importante na gestão de risco?

A mensuração de incertezas é importante na gestão de risco por várias razões. Primeiro, ajuda as empresas a entender melhor os riscos envolvidos em suas operações e tomar decisões informadas sobre estratégias de gerenciamento de risco. Segundo, ajuda as empresas a avaliar a eficácia de suas estratégias de gerenciamento de risco e fazer ajustes quando necessário. Terceiro, ajuda as empresas a se prepararem para eventos de risco e reduzir o impacto desses eventos em suas operações e reputação.

Desta forma, a mensuração de incertezas é um aspecto crítico da gestão de risco que ajuda as empresas a entender a probabilidade e o impacto dele em suas atividades.

Ferramentas para gestão de riscos

Para implementar uma gestão de risco eficaz, as empresas precisam usar ferramentas adequadas que ajudem a identificar, avaliar e mitigar os riscos. Neste tópico, será abordado algumas das metodologias mais comuns para a gestão de riscos, incluindo What If, PFMEA e Análise Preliminar de Riscos (APR).

What If

A What If (traduzida como “e se…”) é uma técnica de análise de risco usada para identificar possíveis cenários e suas consequências. Essa ferramenta é usada para explorar questões hipotéticas e avaliar suas implicações. É uma técnica simples e eficaz, que pode ser usada para examinar possíveis resultados em diferentes situações. O processo envolve reunir uma equipe multidisciplinar e fazer perguntas hipotéticas sobre possíveis situações de risco. A equipe então discute as possíveis respostas e medidas de controle para cada cenário.

PFMEA

O PFMEA (Process Failure Mode and Effects Analysis) é uma técnica de análise de risco que se concentra em riscos potenciais associados a um processo específico. Essa técnica é usada para identificar e avaliar possíveis falhas no processo e suas consequências. Seu desenvolvimento envolve uma equipe multidisciplinar que revisa o processo adotado e identifica possíveis modos de falha – avaliando o impacto de cada modo de falha e determinando as medidas de controle adequadas.

Análise Preliminar de Riscos (APR)

A Análise Preliminar de Riscos (APR) é uma técnica de análise de risco que é usada para identificar possíveis riscos associados a um projeto, produto ou processo. Essa técnica envolve a identificação de riscos potenciais e a avaliação do grau de risco envolvido. O processo inclui uma equipe multidisciplinar que examina cada etapa do projeto, produto ou processo e determina as medidas de controle necessárias para minimizar o risco.

Existem outras metodologias de análise de risco que também podem ser usadas – incluindo Análise de Árvore de Falhas, 5W2H, Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) e Análise de Risco e Operabilidade (HAZOP). Cada uma dessas ferramentas tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha da ferramenta certa dependerá do tipo de risco que está sendo gerenciado e do contexto em que a análise está sendo realizada.

As ferramentas de análise de risco, como What If, PFMEA e APR, podem ajudar as empresas a identificar, avaliar e mitigar os riscos. Ao escolher a ferramenta certa para o tipo de risco que está sendo gerenciado, as empresas podem tomar medidas proativas para minimizar o impacto dos riscos e garantir o sucesso de seus projetos e operações.

Para concluir, a gestão de risco é um processo crítico para qualquer empresa que busca garantir a continuidade de suas operações e minimizar perdas financeiras e de reputação. A gestão de risco envolve a identificação, avaliação e mitigação dos riscos associados às operações e projetos da empresa. A implementação de um sistema eficaz de gestão de risco pode ajudar as empresas a proteger seus ativos, evitar problemas jurídicos e regulatórios, aumentar a satisfação do cliente e melhorar a eficiência operacional.

Para implementar uma gestão de risco eficaz, é importante que as empresas sejam proativas na identificação de riscos potenciais e no estabelecimento de medidas de controle adequadas para minimizar o impacto desses riscos. Além disso, as empresas precisam ter em mente que a gestão de risco é um processo contínuo que requer monitoramento constante e atualização das medidas de controle, à medida que novos riscos são identificado, o que requer uma cultura organizacional que valorize a ética, a transparência, o compliance e a responsabilidade.

Ao utilizar ferramentas de análise de risco, como What If, PFMEA e APR, as empresas podem identificar riscos potenciais e estabelecer medidas de controle adequadas para minimizar o impacto desses riscos. Ao escolher a ferramenta certa para o tipo de risco que está sendo gerenciado, as empresas podem tomar medidas proativas para minimizar o impacto dos riscos e garantir o sucesso de seus projetos e operações.

É importante destacar, também, que a utilização de um ERP faz toda a diferença na gestão de risco. Ao contar com uma solução que centraliza todas as informações importantes da sua empresa, fica ainda mais fácil aplicar as metodologias mencionadas acima e garantir que todas as áreas estejam prontas para lidar com qualquer tipo de inconsistência que aparecer. 

Portanto, é essencial que as empresas adotem uma abordagem proativa em relação à gestão de risco, implementando medidas de controle adequadas e atualizando-as regularmente para garantir que os riscos sejam minimizados e os objetivos da empresa sejam alcançados.

Para saber mais sobre essa solução, acesse o nosso site ou entre em contato conosco! Nós estamos a postos para ajudar!

Fonte: Senior Sistemas

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