Entenda como dar um passo atrás na carreira pode ser estratégico em determinadas situações na jornada profissional.
O crescimento profissional foi, durante muito tempo, sinônimo de subir degraus ao conquistar cargos mais altos, assumir novas responsabilidades e aumentar a remuneração. No entanto, o cenário do trabalho mudou, e com ele, o próprio significado dessa evolução. É nesse contexto que o conceito de downgrade de carreira ganha espaço e começa a ser compreendido sob uma nova perspectiva.
Hoje, cada vez mais profissionais optam por caminhos menos lineares, priorizando equilíbrio, propósito e bem-estar ou mesmo uma transição de carreira. Uma pesquisa da Datacamp mostrou que 51% dos profissionais estão dispostos a mudar de profissão. Ainda: 56% dos entrevistados acreditam que esse tipo de movimento será mais comum para as novas gerações.
Neste artigo vamos compreender mais sobre o downgrade de carreira como um fenômeno legítimo e como ele pode ser essencial para construir ambientes de trabalho mais humanos, sustentáveis e coerentes com as novas demandas do mercado.
O que é um downgrade de carreira?
É um movimento profissional em que uma pessoa decide ocupar um cargo de menor hierarquia, salário ou responsabilidade. Para quem olha de fora pode parecer um retrocesso, mas, na prática, o downgrade de carreira pode representar uma escolha consciente por um novo estilo de vida ou propósito profissional.
O estigma em torno desse conceito vem de uma visão de sucesso baseada apenas em crescimento linear e ascensão hierárquica. No entanto, o cenário contemporâneo do trabalho, marcado pela valorização do bem-estar do colaborador, da saúde mental e da flexibilidade, está ressignificando o que significa “crescer profissionalmente”.
Quando o downgrade de carreira faz sentido?
Optar por um downgrade de carreira faz sentido quando o profissional percebe que o cargo atual já não está em sintonia com suas necessidades e objetivos de vida. Um gestor pode optar por atuar novamente como analista, por exemplo, para ter uma rotina mais focada em atividades técnicas.
Outros escolhem essa mudança após uma demissão voluntária, quando desejam um recomeço profissional. Também há quem veja no movimento uma forma de prevenção ao burnout e de recuperação da qualidade de vida.
Como lidar com esse movimento?
O segredo para enfrentar o downgrade de carreira com tranquilidade é enxergá-lo como parte natural da evolução profissional. Recomeços são oportunidades de aprendizado e não sinais de fracasso. Abaixo, veja algumas atitudes que ajudam a transformar essa decisão em um movimento estratégico.
Encarar o movimento como aprendizado
O profissional pode redescobrir habilidades, reconectar-se com tarefas que o motivam e resgatar o prazer pelo trabalho. Essa etapa também é propícia para refletir sobre os fatores que levaram à decisão e usá-los como base para construir um novo plano de carreira.
A visão de lifelong learning, ou aprendizado contínuo, se torna essencial nesse processo. Aproveitar o momento para investir em treinamento e desenvolvimento, certificações e experiências práticas ajudam a manter a competitividade e a se preparar para futuros movimentos de crescimento.
Manter o foco no desenvolvimento contínuo
Mesmo quando há uma redução de cargo, o desenvolvimento profissional não precisa parar. Um downgrade de carreira pode representar o início de uma jornada mais sólida e estratégica, desde que o profissional continue se aprimorando.
Isso inclui buscar feedbacks, participar de programas de mentoria e construir uma rede de contatos que apoie este novo momento. É também uma oportunidade de reposicionar a própria marca pessoal, mostrando que a decisão foi guiada por propósito e consciência.
Reposicionar a trajetória com propósito e clareza
Recomeçar exige clareza sobre os próximos passos. É importante que o profissional tenha um plano de carreira adaptado ao novo momento, seja ele voltado para a recolocação no mercado de trabalho, para empreender ou para buscar um cargo que ofereça mais equilíbrio.
O papel das empresas e do RH diante do downgrade
Embora o downgrade de carreira seja uma decisão individual, o RH e a liderança têm papel essencial em tornar esse movimento mais natural e acolhedor nas organizações e até parte da cultura organizacional.
Ao permitir que colaboradores revisem seus caminhos e explorem outras funções, as empresas contribuem para uma experiência mais saudável e sustentável de trabalho. Isso também reforça pilares de employee experience, employer branding e até mesmo o recrutamento interno.
Um RH estratégico pode aplicar ferramentas, como a pesquisa de clima organizacional, e indicadores para identificar sinais de sobrecarga e propor alternativas antes que um colaborador peça demissão ou entre em colapso. Criar um ambiente de trabalho no qual conversar abertamente sobre transição e propósito profissional é uma das bases de uma cultura organizacional flexível e empática.
Como apoiar colaboradores em reavaliações de carreira?
Apoiar colaboradores em momentos de reavaliação de carreira é um desafio que exige sensibilidade e estrutura por parte dos profissionais de RH.
Programas de desenvolvimento individual, mentorias e trilhas de plano de carreira, de diferentes formas como plano de carreira X, Y e W, podem ajudar profissionais a enxergar novos caminhos dentro da própria empresa. O RH pode ainda atuar como mediador, ajudando o profissional a encontrar um novo espaço que faça sentido para suas competências e aspirações;
Empresas que incentivam a mobilidade interna, seja ela vertical, horizontal ou de downgrade, constroem um ambiente mais humano. Possibilitar que um gestor migre para outra área ou que um especialista reduza a carga para se dedicar a projetos pessoais demonstra confiança e maturidade.
Uma nova forma de sucesso
Abordar o downgrade de carreira é falar sobre um novo tipo de sucesso: mais humano, equilibrado e consciente.
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Fonte: Senior Sistemas